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sábado, 29 de janeiro de 2011

"O velho e o mar" e "Jesus de Nazaré"


O velho e o mar (1952) é o livro mais popular de Ernest Hemingway. Conta a historia de um pescador chamado Santiago, que depois de 84 dias sem apanhar um só peixe, acaba fisgando um de tamanho descomunal, que lhe oferece inusitada resistência e contra cuja força tem de se opor a de seus braços, do seu corpo, e, mais do que tudo do seu espírito. Mas onde a historia de Santiago um pobre pescador se cruza com a história do homem mais conhecido da face da terra: Jesus, o filho de Deus. É nesse ponto que focaremos uma intertextualidade.
Santiago: A origem do nome é espanhola e está relacionado ao Santo Católico. Um homem só, no mar alto, com seus sonhos e pensamentos, suas fundas tristezas e ingênuas alegrias, amando com certa ternura o peixe com que trava ingente luta até levá-lo a uma derrota leal e honesta. Na obra de Hemingway há uma rica interpretação dos elementos simbólicos que a contextualiza:
O mar: Pode ser considerado a propria vida. Há momentos que ele se encontra calmo e outros em que se mantém turbulento. Pode ser o lugar em que nos refugiamos, distanciando-nos da terra. O mar pode também ser o lugar a ser conquistado, o caminho a ser percorrido em busca do triunfo. E para isso o lugar temido deve ser vencido.
Não é de se espantar que, quando Jesus foi batizado, jejuou 40 dias e 40 noites antes de ser tentado. Depois de tentado pelo adversário, Jesus se dirigiu ao mar da Galilélia, onde lá, encontrou seus primeiros discípulos: Pedro e André.
Santiago ficou com seu amigo Manolin, (um menino) pescando durante 40 dias. Depois mais 44 dias pescando sozinho.
O Peixe: O peixe na obra pode ser traduzido como o “mundo”, que temos que enfrentarmos; a “humanidade”, a superação. Para Santiago o peixe era sua vitória, o seu triunfo, aquilo que realmente merecia a sua real dedicação, sofrimento, dor, sangue e até a sua vida.
Jesus de certa forma enfrentou um grande peixe: “a humanidade”. Para Jesus a humanidade merecia seu amor, sua dedicação, e, com isso enfrentou todas as dores, sofreu, deu seu sangue e sua vida pelos homens. A humanidade era o seu maior desafio. Teve suas mãos pregadas, semelhantemente Santiago, sofreu com cortes feitos pela linha com o suporte da força do grande peixe. Jesus carregou sua cruz até o final, Santiago carregou o que sobrou do peixe até a praia, e com isso teve seu reconhecimento de pescador. Jesus crucificado teve reconhecimento que verdadeiramente era filho de Deus. E o ápice dessa comparação está nas palavras de Santiago quando os tubarões deceparam o seu peixe:
Ay”,′ He said aloud. There is no translation for this word and perhaps it is just a noise such as a man might make, involuntarily, feeling the nail go through his hands and into the wood.
“Ay”. Ele disse em voz alta. Não há tradução para esta palavra e talvez seja apenas um ruído, como um homem pode fazer, involuntariamente, sentindo os pregos  passarem por suas mãos e pela  madeira.
Santiago foi literalmente crucificado no mar. E no final  da obra, Santiago divide o resto que sobrou do peixe. Manolin fica com a espada, e Pedrico fica com a cabeça. Manolin representa os jovens que deverão lutar pela nova religião Pedrico é uma evocação a Pedro, que ficou como o cabeça da igreja.
Os ensinamentos de Jesus e a obra O velho e o mar , são dotadas de profunda mensagem de fé no homem e em sua capacidade de superar as limitações a que a vida (o mar) o submente.


Um comentário:

  1. Que coisa, postei um comentário mas vai saber onde ele foi parar...A minha inteligência é insuficiente pro tempos atuais,,,
    Mas o que eu disse foi que o cérebro que busca heróis são engibizados, mas o velho do mar que mora em mim insiste nessa história e são pessoas como você que me fazem acredita no "Ay" de que dias ou tempos piores poderão ser a solução de dias mais ensolarados, e por Jesus que a sala de aula tão repressora possa nos trazer e dar ainda a esperança que nos resta do pouco de liberdade que almejamos e não encaramos.
    Um abraço
    Ricardo Guarnieri

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