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segunda-feira, 30 de julho de 2018

VOSTOK: Ep.#36 "POR QUE A CRIANÇA COZINHA NA POLENTA" (Aglaja Veteranyi)



Fala Galera!!!! Vídeo novo na área!!!!
Bora falar de literatura romena?!
Por que a criança cozinha na polenta é um romance autobiográfico da escritora romena Aglaja Veteranyi (1962-2002).
O livro é narrado por uma menina que nasceu em uma família circense. Seu pai é um palhaço, que não acredita em Deus e sonha em ser diretor de cinema. Sua mãe é uma acrobata que ganha a vida pendurado sobre os cabelos. 
Com uma linguagem poética, Aglaja tece um romance primoroso que vai tocar em temas como a perda da inocência até, abuso sexual, alcoolismo, sempre mostrando o pano de fundo a sua pátria, uma Romênia calada sobre o julgo de um ditador. Essa família, sem pátria fixa, sem uma terra que possa chamar “sua”, sobre o excursionismo pela Europa, descobre que a sua língua é a sua pátria.
A narradora tem um grande sonho: “se tornar uma estrela de cinema”. Esse livro registra a perda da ingenuidade de uma menina que diante de tantos problemas, resiste com a sua infância. Todavia, descobrindo o seu corpo, seu próprio mundo, vivendo fortes sentimentos, se vê absorvida pela grande ilusão que o mundo a oferece. Aglaja fixa na mente do leitor a imagética que essa obra oferece: “O descobrir”.
EDITORA DBA
TRADUÇÃO: Fabiana Macchi

segunda-feira, 9 de julho de 2018

VOSTOK: Ep.#34 "O PROJETO LAZARUS" (ALEKSANDAR HEMON)





Alguns escritores transformam
todo o sentimento de desespero, fragilidade, sofrimento em humor como forma de
tornar o mundo suportável; outros adotam o humor, a piada para revelar o
sofrimento, e, Aleksandar Hemon integra o seleto grupo de escritores que fazem
isso com maestria.
Aleksandar Hemon nasceu em
1964 em Sarajevo (Bósnia),mas desde 1992 vive nos EUA. Entrou como turista e
acabou ficando devido a eclosão da guerra na Bósnia. Estreou como romancista
com o livro “E o Bruno?” no ano de 2000.
O projeto Lazarus (2008) foi
eleito pela revista New York como o livro do ano. O livro é uma notável crônica
sobre perda, desespero e crueldade.
O ponto de partida para a
história é um acontecimento trágico que ocorreu em Chicago no ano de 1908, onde
um jovem imigrante do leste europeu: Lazarus Averbuch de 19 anos que é morto a
tiros por um delegado que o acusou de ser um anarquista.
Chicago, 2008. Vladimir
Brik, um escritor do leste europeu que vive no EUA, fica obsecado pela história
de Lazarus e decide trilhar o caminho inverso ao percorrido pelo jovem imigrante
do início do século XX. Seu objetivo é reconstruir a história do rapaz morto pela
polícia de uma cidade marcada por tensões étnicas e políticas, recuperando
elementos que ficaram de fora das páginas policiais.
EDITORA: ROCCO
TRADUÇÃO: MAIRA PARULA

segunda-feira, 2 de julho de 2018

VOSTOK: Ep.#33 "ANTES DA FESTA" (Saša Stanišić)





Saša
Stanišić
, nasceu na Bósnia em 1978, na adolescência fugindo da guerra
que assolou o seu país, conseguiu se estabelecer com a família na Alemanha. Estreou
na literatura com o romance “Como o soldado conserta o gramofone”, recebendo vários
prêmios literários.
“Antes da
Festa” seu segundo romance, vai narrar as vinte quatro horas na vida de uma
pequena aldeia na Alemanha, antes de uma festa que acontece durante muito
tempo, embora ninguém saiba o que esteja sendo celebrado.
Saša
Stanišić
, cria um esquadrão de personagens que nos desafiam a cada
capítulo na busca de uma simples celebração, que ninguém sabe o que é, mas
todos sentem e vivem aquele momento. O leitor é desafiado e se vê também em uma
singela preparação através da leitura a resistir. Resistir a um tempo que
velozmente cria o desaparecimento de sentimentos, pessoas, cidades, sentidos,
ideologias. Este livro é uma luta contra o desaparecimento não apenas de uma
aldeia na Alemanha. Mas contra o desaparecimento da vida.
Um romance
polido, irônico repleto de crítica aos dias atuais no sentido em que muitos
celebram tantas festas, e ao mesmo tempo nem sabem o real sentido, a essência daquele
momento.
O capítulo
2 começa dessa forma “Nós somos, por natureza, interessados em história”, e realmente
Saša Stanišić
faz o leitor não apenas ler as suas histórias, mas sim,
vivencia-las.  O texto descortina em nós
uma verdade absoluta e esquecida: “A vida é tão rara”
EDITORA:
FOZ
TRADUÇÃO:
MARCELO BACKES


segunda-feira, 25 de junho de 2018

VOSTOK: Ep.#32 "TEMPESTADE" (ALEKSANDR OSTRÓVSKI)



Aleksandr Ostróvski(1823-1886) é reconhecido como um dos fundadores do teatro russo. Dramaturgo prolífero escreveu cerca de 50 peças ao longo da sua vida, todavia é pouco lido e conhecido fora da Rússia. Contemporâneo de escritores importantes como: Tolstoi e Turguêniev, Ostróvski participou do movimento realista que refletiam a complexidade da gigantesca sociedade russa, submetida ao despotismo dos Czares e marcada pela miséria dos camponeses. Camponeses esses e sua vida rural que Aleksandr Ostróvski soube perfeitamente retratar em suas peças. Para ele, a vida rural russa, constituía a “verdadeira Rússia”.
Tempestade (1859) é um dos seus trabalhos mais expressivos. Uma peça em 5 atos que se passa em uma cidade fictícia a beira do rio Volga.
Após uma infância feliz, Katerina, uma moça recém-casada, começa a questionar suas decisões, ainda mais quando percebe a difícil convivência que a sogra lhe impõe. Com isso, Katerina se apaixona por Borís, um jovem rapaz que fora educado na cidade. Borís que vive sobre o jugo severo de um tio cruel, também se apaixona por Katerina, entretanto assim como uma “tempestade” simboliza um desencadeamento violento, esse relacionamento virá a ruir a vida de ambos os personagens.
EDITORA: PEIXOTO NETO
TRADUÇÃO: Denise Regina Sales

segunda-feira, 11 de junho de 2018

VOSTOK: Ep.#30 "UMA SOLIDÃO RUIDOSA" (BOHUMIL HRABAL)



Bora falar de literatura Tcheca?!
"Hrabal é um romancista sofisticado, de um humor turbulento e um detalhismo sutil e delicado." - Julian Barnes
Um dos últimos trabalhos de um dos mais importantes escritores tchecos contemporâneos.
"Uma Solidão Ruidosa" (1976) recebe aqui o status de obra prima da literatura. Uma verdadeira joia que a cada lapidar do tempo, sua beleza só aumenta. Aqui nesse livro curto, porém repleto de analogias e metáforas, podemos comprovar a genialidade de escritor Tcheco Bohumil Hrabal.
O narrador dessa obra, (Hant'a) passa 35 anos trabalhando em uma prensa hidráulica. Seu ofício: “compactar e destruir livros proibidos pelo regime do país”. Porém ao mesmo tempo em que Hant'a é o exterminador da palavra escrita, ele também se torna seu perpetuador. Hant’a salva mais de 3 toneladas de livros raros e banidos pelo poder. O enredo parece simples, porém não se deixe levar pelas aparências. Ao exercer sua profissão, o narrador se vê em vários monólogos repletos de provocações e citações de outros livros. Seus temas de fundo, vastos e evocativos para o leitor de qualquer época, vão da persistência de todo o texto literário, até os questionamentos sobre o poder. Essa prensa, mais do que uma máquina velha, é a real aparência de todo o poder totalitário, todo o regime repreensivo que tenta compactar e moldar qualquer sociedade na base da “força”.
EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS
TRADUÇÃO: BRUNO GOMIDE



segunda-feira, 4 de junho de 2018

VOSTOK: Ep.#29 "A FEBRE DO AMANHECER" (PÉTER GÁRDOS)



Fala Galera!!!

Vídeo Novo na área...

Aquela Literatura que eu tanto amo!!!

Literatura Húngara!!!

Péter Gárdos (1948-) nasceu em Budapeste, filho de dois judeus sobreviventes do Holocausto, se formou em cinema, foi jornalista, diretor de teatro e é autor de inúmeros longas-metragens. Recebeu vários prêmios internacionais pelos seus filmes. “A Febre do Amanhecer”, seu primeiro romance foi traduzido para mais de 30 países, e teve sua adaptação para o Cinema.  A obra conta a história de amor e superação dos próprios pais de Péter Gárdos.

Miklós, um jovem de 25 anos, após sobreviver aos horrores do campo de concentração nazista, é transferido para Suécia, para um acampamento de refugiados e sobreviventes da Guerra. Lá recebe o diagnóstico de um médico que seus pulmões estão comprometidos pela tuberculose, e com isso tem apenas alguns meses de vida.

Miklós resolve escrever para 117 moças húngaras na Suécia que também estão se tratando. Entre essas moças, Lili Reich, uma jovem de 18 anos, presa em uma cama de hospital por problemas renais decorrentes dos terrores que viveu durante o holocausto será a sua escolhida para viver um forte amor, capaz de tudo. Das cinzas da Guerra, nasce um sentimento capaz de fazê-los recuperarem a esperança de viver.

Uma história forte e ao mesmo tempo sensível, que é capaz de emocionar gerações de leitores.

EDITORA: Companhia das letras

TRADUÇÃO: @edithelek


segunda-feira, 21 de maio de 2018

VOSTOK: EP.#27 DJAN OU A ALMA (ANDREI PLATÓNOV)



Fala Galera!!!!
Vídeo novo na área.
Um dos autores russos mais celebrados, porém inédito aqui no Brasil!!!
Andrei Platónov (1899-1951) foi descoberto pelo Ocidente nas últimas décadas do século XX, um fenômeno que resultou na tradução dos seus vários livros em diversas línguas e na reescrita da história da literatura russa. Nascido na virada do século, entre a Rússia citadina e rural, Platónov foi partidário da Revolução de 1917 e, embora poucos autores tenham escrito de forma mais cáustica e incisiva sobre as suas consequências catastróficas, manteve-se fiel ao sonho que a materializou. O uso idiossincrático da linguagem valeu-lhe a condenação pelo regime político, e a sua prosa foi comparada por alguns à de Joyce e de Kafka.
Quem eram os Djan? Fugitivos e órfãos de toda a parte. Pessoas que não conheciam Deus, que troçavam do mundo, criminosos. Um povo perdido que não tinha nada, além da alma.
Tchagatáev, ao serviço do Partido, é incumbido de impedir a extinção da tribo Djan, Nascido no seio deste povo, Tchagatáev anseia por criar um futuro radiante e por ver despontar naquelas recônditas paisagens a aurora do progresso. Porém, depara com seres desesperados, a beira da extinção. Começa um verdadeiro êxodo, com uma escrita arrebatadora, Djan ou a Alma é daqueles livros que podemos considerar uma pérola da literatura!!!
EDITORA: Antígona
TRADUÇÃO: ANTÓNIO PESCADA

domingo, 13 de maio de 2018

VOSTOK: Ep.#26 "BERLIM" (JOSEPH ROTH)



Hoje o VOSTOK vai além das fronteiras eslavas.....

Joseph Roth nasceu em 1984, numa família judaica. Judeu de Brody, cidade que foi austríaca, polonesa e hoje faz parte da Ucrânia, Joseph Roth viveu na própria carne o fim do império Austro-Húngaro de sua infância. Da tragédia histórica que o marcou pelo resto da vida, nasceu o observador privilegiado dos novos tempos. Príncipe dos jornalistas alemães na década de 1920, Roth traça nos artigos desse livro, uma imagem vibrante e contraditória da velha cidade prussiana. Asilos, banhos noturnos e ruas inteiras abrigando refugiados, são enaltecidos pela escrita de Roth, que com o seu discurso ácido não poupa nem seus semelhantes. Seu universo preferencial é a Berlim das ruas, subúrbios, e o seu cotidiano. Promovida vertiginosamente a epicentro da República de Weimar e da cruel história europeia das décadas seguintes, vemos aqui uma Berlim diferente. Uma Berlim minuciosa.  Mas essa imagem não surge por meio de grandes figuras célebres, e vastos panoramas. Contudo, este livro não é um guia de turismo para a cidade, mas um rico material sobre uma cidade e uma era. Uma era que derrubava fronteiras, impérios e quarteirões com igual indiferença.  Das andanças de um repórter acurado nasce a imagem da cidade que protagonizou anos decisivos na história do século XX



EDITORA: COMPANHIA DAS LETRAS

TRADUÇÃO: JOSÉ MARCOS MACEDO

terça-feira, 3 de abril de 2018

VOSTOK Ep.#21 O ANO NU (BORIS PILNIÁK)



Fala Galera!!!!
Bora Falar sobre Narrativas da Revolução?
Boris Pilniák (1894-1938) Nasceu em 1894 nos arredores de Moscou. Seu nome verdadeiro era “Boris Andriêievitch Vogau”. Seus pais eram ativos no movimento populista russo, e com isso Pilniák cresceu em uma atmosfera bastante singular. Sua carreira literária tem inicio em 1915, onde começar publicar seus artigos e contos em um periódico de Moscou. 
E em 1922 lança o livro “O Ano Nu”; recebendo muitas críticas positivas. A partir daquele momento a carreira literária do autor teve autos e baixos. Seus aspectos polêmicos chamaria a atenção de uma forma negativa. Sobretudo a questão do erotismo em que o autor abordava suas tramas. Sua carreira literária foi interrompida depois que ele foi acusado de espionagem, sendo preso e executado.
No entanto Pilniák continua sendo, ao lado de Bábel, uma das mais extraordinárias expressões da Revolução Russa. Suas narrativas, que não tem começo nem fim, constituem uma espécie de imensa crônica da Revolução.
O Ano Nu, chamado pelos críticos “a primeira resposta à revolução” tem posição singular entre as narrativas que procuram captar, no calor da hora, a atmosfera caótica que marca os primeiros anos da Revolução Russa. Publicado em 1922, este livro transcorre num vilarejo à beira das estepes orientais, onde acompanha o declínio da nobreza rural e ascensão dos camponeses. Pilniák retrata a Revolução em seu habitat natural, isto é, na Rússia Rural. Exemplo da chamada “prosa ornamental” repleto de arcaísmo, onomatopeias, refrãos, citações de crônicas antigas, uma verdadeira “colagem literária” com um universo totalmente fragmentado, que deu a Boris Pilniák o título de autor audacioso. Boris não apenas falou sobre a Revolução, ele fez a sua Revolução... Uma Revolução Literária!!!!
Um livro Extraordinário Galera... sem contar a Tradução impecável de Lucas Simone

terça-feira, 27 de março de 2018

VOSTOK: Ep.#20 "A MORTE DE UM ESTRANHO" (ANDREI KURKOV)



Bora falar de literatura do leste europeu?

LITERATURA UCRANIANA
Andrei Kurkov nasceu em 1961 na Ucrânia. Jornalista, escritor e roteirista é o único escritor do pós-soviético cujos livros estão entre os 10 melhores best-sellers europeus. Tem mais de 20 livros publicados, onde fora traduzido em mais de 20 línguas diferentes. Kurkov é conhecido por retratar com um segmento ácido e com o toque nonsense o cotidiano colapsado de uma sociedade pós-URSS.
Os livros de Kurkov podem ser descritos como romances de uma temática criminal, com muito envolvimento psicológico e filosófico.
Nesse incrível romance, “A morte de um estranho”; Kurkov conta a história de Viktor; um jornalista e escritor que vive sozinho em seu apartamento, apenas com a companhia de um pinguim que fora adotado depois que o zoológico fechou. Desempregado, Viktor um dia é surpreendido com uma proposta de um jornal local: Escrever obituários. Entretanto, todas as pessoas de que ele escreve, ainda estão vivas. Na verdade a sua função é escrever roteiros de mortes para uma entidade mafiosa que em seguida executa tudo conforme a história que Viktor produz. Uma trama política sobre os desmandos na Ucrânia após o fim da URSS.
Editora: A Girafa
Tradução: Nivaldo Santos 

segunda-feira, 19 de março de 2018

VOSTOK: Ep.#19 "KYRA KYRALINA: AS NARRATIVAS DE ADRIEN ZOGRAFFI" (PANAÏT...



Vídeo novo galera!!!!!
UM ROMANCE DE VIAGEM INESQUECÍVEL!
Um jovem, criado entre o rigor do pai e os mimos da mãe e da irmã – que usavam dos mais engenhosos artifícios para levar uma vida plena de prazeres – vê seus dias de conforto se diluírem pela fúria, arrebatadora e inevitável, do provedor da casa. É esse o ponto de partida de um delicioso romance de viagem, nele o alter-ego Zograffi é o condutor da narrativa, mas a história é a de um feirante sem lar, Stavro, “vigarista honesto” que vive desde a infância saltando de situação em situação, ora encontrando protetores e aliados, ora sendo explorado, e sempre à procura da irmã, Kyra.
Com sua escrita concisa e eloquente, assim como seus aspectos aparentemente exóticos, Istrati virou fenômeno literário na Europa, com ecos pelo resto do mundo, incluindo o Brasil. Apelidado de “Gorki dos Bálcãs”, Israti encarnou o maltrapilho errante, o haiduc (o típico marginalizado da Romênia) Por aqui, conquistou leitores como Sérgio Buarque de Holanda, Cecília Meireles, Mário de Andrade e Clarice Lispector.
O projeto gráfico desta edição, elaborado pelo Estúdio Margem, lembra uma caderneta de viagem, referindo-se à errância do escritor e de seus personagens. Elementos geométricos marcam as aberturas de capítulos, inspirados em mapas da cartografia otomana, com suas linhas e pontos de fuga. A capa, em tecido vinho e gravação em dourado, retomam as cores das vestimentas das populações balcânicas na época em que se passa o romance.
Editora: CARAMBAIA
Tradução: Erika Nogueira
Posfácio: Fábio Bonillo
Projeto gráfico: Estúdio Margem

sábado, 10 de março de 2018

VOSTOK #18 "FERDYDURKE" (WITOLD GOMBROWICZ)



Fala Galera!!! Vídeo Novo no Canal VOSTOK!!!
Literatura Polonesa de Altíssima qualidade!!!!
Uma das obras mais originais do modernismo europeu, publicado em 1937 e recebido com espanto pela crítica da época, Ferdydurke continua desafiando os leitores. Com estrutura narrativa pouco usual, marcada por uma linguagem semelhante à dos sonhos, o livro conta a história de um escritor de trinta anos que é subitamente levado a um colégio, onde é tratado como mais um dos adolescentes. Depois de armar uma emboscada ao professor que o "seqüestrou" de volta a seus tempos de moleque, atraindo o sessentão para o quarto de uma colegial de quinze anos, Józio, o protagonista, foge. Como um D. Quixote, ele participa de outras aventuras errantes, que envolvem o esbofeteamento de empregados, um mendigo barbudo com um arbusto nos dentes e o amor entre um garoto e um camponês.
Primeiro romance de Gombrowicz, Ferdydurke foi o único publicado por ele em sua Polônia natal. Convidado para ir de navio até Buenos Aires, em 1939, foi surpreendido pela eclosão da Segunda Guerra assim que chegou à Argentina. Impedido de voltar, passou ali os 24 anos seguintes, a maior parte do tempo em extrema pobreza. O reconhecimento crítico só veio nos anos 60, já de volta à Europa, quando teve seus principais romances publicados na França.
Título original: FERDYDURKE
Tradução: Tomasz Barcinski
Editora: Companhia das Letras
https://youtu.be/2hmszJTg_YI

sexta-feira, 2 de março de 2018

VOSTOK: Ep.#17 TARAKÃ, O BIGODUDO (KORNEI TCHUKÓVSKI)



Fala galera!!!! Tem vídeo novo no canal VOSTOK!!!
TARAKÃ, O BIGODUDO (1921)
Trata-se de um poema escrito para crianças e adultos. Conta a história de um baratão (takanische) que assusta todos os animais da floresta. Trata-se de uma crítica a sociedade. . Uma verdadeira e provocadora alegoria do auge e da queda dos ditadores!!!!
KORNEI TCHUKÓVSKI (1882-1969) foi um dos mais populares poetas infantis na língua russa. Com rimas inventivas, ritmos cativantes e personagens absurdos, Tchukóvski se tornou um dos grandes escritores de literatura infantis conquistando gerações de leitores.
Foi poeta, ensaísta, crítico literário, tradutor e jornalista. Sua carreira na literatura infantil veio tarde, Tchukóvski já era aclamado como crítico literário. Morreu em 1969 de hepatite.
Tradução:
MARIA VRAGOVA E AURORA FORNONI BERNARDINI
Prefácio
IRINEU FRANCO PERPETUO
Ilustração
FABIOLA NOTARI E FABIO FLAKS
EDITORA KALINKA

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

VOSTOK Ep.#16 MALÁ STRANA: Vestígios de Praga (JAN NERUDA)



Fala Galera!!!! Tem vídeo Novo no canal!!!
Jan Nepomuk Neruda (1834-1891) "O verdadeiro Neruda"!!! Foi um poeta, contista, dramaturgo e novelista, um dos principais representantes do realismo tcheco e membro da chamada Escola de Mayo. Seu nome serviu de inspiração para o pseudônimo do escritor chileno Pablo Neruda.
Jan Neruda Introduziu um tipo especial de realismo na literatura Tcheca do Século XIX. Ele expressou seu compromisso jornalístico bastante moderno e universal. “Acima de tudo, é necessário que aprendamos a entender as pessoas, que estudamos suas necessidades, suas alegrias e tristezas, por isso precisamos, na maior parte, de narrativas fiéis da vida, imagens de pessoas de todos os status, coleções de exemplos reais”
Sua obra mais reconhecida é Malá Strana: Vestígios de Praga. A partir de histórias do dia a dia, um belo e colorido retrato da Praga de fins do século XIX. Jan Neruda nos mostra o cotidiano da Malá Strana, bairro de classe média da época. As histórias vão do trágico ao cômico, desde pequenos dramas e desentendimentos de um grande conjunto de prédios residenciais, passando pelos dois homens que por vários anos encontravam-se no café todos os dias mas não se falavam, até a irônica e triste história do mendigo que morreu de fome por ser acusado de ser clandestinamente rico.
Editora: Record
Tradução: Luís Carlos Cabral

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

VOSTOK: Ep.#15 "CONTOS DE TENETZ" (YORDAN RADITCHKOV)



A Bulgária nunca foi um país badalado e talvez nunca o será. Isto e principalmente sua antiquíssima cultura de encruzilhada entre três continentes a convertem numa terra cheia de segredos, descobertas e surpresas;
A civilização mais antiga da Europa existiu na Bulgária. Os búlgaros são talvez o único povo que inventou três escritas diferentes: os signos búlgaros (ainda por decifrar), o alfabeto glagolítico e o cirílico. A literatura búlgara é uma das mais antigas da Europa e do mundo. A literatura búlgara tem cerca de 2.000 mil anos de existência. Em português circulam dezenas de palavras búlgaras, entre as quais, tzar, bugre, sabre.
Nessa Bulgária, antiga e pouco conhecida entre lusófonos, nasceu Yordan Raditchkov. (1929-2004). Autodidata, e Jornalista, Radichkov criou a maior parte de seu trabalho sob o regime totalitário comunista. Ele é comparado com Kafka por suas imagens universais e Gabriel García Márquez por seu universo mágico. Yordan Raditchkov escreveu mais de 60 obras, entre novelas, roteiros de filmes, romances, notas de viagens e peças teatrais. Começou a publicar em 1949.
Nesse livro de Contos encontramos um feliz encontro de três componentes fundamentais: a literatura medieval búlgara, a narrativa folclórica e a sensibilidade moderna. Ele é um narrador nato. Sua arte de contador de histórias flui com tal naturalidade e amenidade que faz pensar em magia.
LIVRO: CONTOS DE TENETZ
EDITORA: THESAURUS
NÚMERO DE PÁGINAS: 125
TRUDUÇÃO: RUMEN STOYANOV e ANDERSON BRAGA HORTA



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

VOSTOK #Ep.14 "A MOÇA DO INTERNATO" (NADIÊJDA KHVOSCHÍNSKAIA)



Nadiêjda Khvoschínskaia nasceu em 1822 na Rússia. Começou a
carreira literária com 23 anos na poesia. É a autora que sinaliza um ponto de
ruptura decisivo no destino das heroínas russas. Onde notamos um enfrentamento
direto com os setores reacionários da sociedade: família, igreja e o sistema
patriarcal.
Boa parte da
carreira literária de Khvoschínskaia, ela publicou seus escritos com um
pseudônimo masculino. Sofreu também uma perseguição do seu editor, onde esse
além de não pagar o combinado, alterava seus poemas de forma
"significativa". Porque os Poemas de Nadiêjda eram repletos de
críticas sobre a condição subalterna em que as mulheres viviam. E no ápice do
Realismo, A escritora publicou a novela "A moça do Internato”. (1861)
A
protagonista Liôlienka, uma jovem moça é um marco na representação da mulher na
literatura russa. Khvoschínskaia criou antes mesmo dos grandes escritores
russos, uma personagem feminina emancipada, forte e capaz de encarar sem medo as
dificuldades de uma sociedade patriarcal. Nessa obra vemos três grandes temas
que cercam a condição da mulher.
*A Educação
* O
Casamento
* O
reconhecimento Profissional.
Liõlienka
rompe com todos os laços tradicionais,  e
parte para a conquista de sua independência.


Uma obra
muito significativa e ousada. E Personagem Liôlienka é daquelas que se tornam
inesquecíveis para os leitores.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

VOSTOK: Ep.#13 Uma Mulher (Péter Esterházy)



Péter Esterházy (1950-2016) Foi um dos grandes escritores
húngaros. Nasceu em 1950 em Budapeste. Herdeiro de uma linhagem bem conhecida
da aristocracia húngara, foi formado em Matemática, porém abandonou o ofício
para se dedicar a literatura.
Em sua obra nota-se a fragmentação; característica forte em
seus livros. Sentimos ao ler Esterházy como se estivéssemos em um labirinto.
Debatemos entre as paredes muitas vezes falsas que compõe esse labirinto. Nós
leitores nos perdemos... Porém quão legal é se perder na escrita desse gênio da
literatura. Uma escrita poética, que mistura palavras, sensações,
imagens....Assim como na matemática, Esterházy brinca com nós leitores. Uma
única palavra, pode render inúmeras sensações.
Seu romance "Uma Mulher" é composto por noventa e
sete contos curtos, em que o leitor pode se deliciar com a escrita poética e
muitas vezes estranha do autor. O livro é totalmente aberto a inúmeras
interpretações. 97 poemas de amor em prosa; 97 histórias de amor; 97 sensações
corporais; 97 descrições de um tempo... etc...
Cada história possui uma vida inteira contada principalmente
pela relação dos corpos. Partes dos corpos se misturam a sentimentos, às vezes
totalmente contraditórios como: Amor/ódio; Guerra/paz; Barulho/silêncio. Sempre
com a fragmentação correndo através do tempo. 
A dúvida aqui é fator primordial! É a mola propulsora que nos permite
sempre querer mais...


Péter Esterházy; um escritor a se conhecer e a se guardar na
cabeceira da sua cama!!!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

VOSTOK: Ep.#12 "O Tchekista" (Vladmir Zazúbrin)



Quando recebeu o Prêmio Nobel de literatura, em 1987, Iossif Brodski foi entrevistado pela televisão sueca. A pergunta sobre a publicação na URSS de autores que antes estavam proibidos, respondeu: "O povo recupera a sua literatura e a sua cultura, que lhe haviam sido roubadas a décadas. Mas não acho que devamos sentir gratidão por isso, do mesmo modo que não há motivo para agradecer a um ladrão que nos restitua as nossas coisas"

O Romance de Vladímir Zazúbrin, escritor siberiano, faz parte das centenas de obras que foram restituídas aos leitores.

O Tchekista (1923) é um dos primeiros testemunhos literários sobre a natureza do poder soviético e um relato atroz de uma máquina de terror oleada pelo sangue humano.Texto de uma violência asfixiante e com um assombroso poder de evocação, O Tchekista foi considerada um obra inconveniente por descrever de forma supremamente realista os crimes soviéticos. Essa novela, foi achada por acaso na Biblioteca de Lênin, no ano de 1987. Dois anos depois teve sua primeira edição lançada.

Escritor siberiano, Vladímir Zazúbrin (1895-1938) esteve desde cedo ligado à oposição ao regime czarista, dirigindo semanários políticos de província e difundindo panfletos políticos, a coberto de profissões burocráticas, um disfarce para actividades revolucionárias. Foi um dos mentores da União Siberiana de Escritores, tendo sido preso e fuzilado no auge da repressão estalinista.