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segunda-feira, 23 de maio de 2011

A solidão do homem e o silêncio da humanidade em “Eu sou a lenda” e o “Dono do mundo”


O objetivo deste ensaio é comparar uma obra literária O Dono do Mundo de Plínio Salgado com o filme “Eu sou a lenda" (2007)
Embora a comparação agora se dê em dois mundos diferentes, mas, entretanto são mundos muito parecidos também, pois notamos muitas adaptações de obras literárias para o cinema. Não acho que o "Dono do mundo" tenha inspirado o filme “Eu sou a lenda”. Embora haja muitos aspectos interessantes entre as duas obras. Os principais deles serão nosso apoio para a comparação:
- “A solidão” e o “silêncio”
Pois tanto solidão e silêncio é o momento em que o individuo mergulha em si próprio. É uma reflexão que traz sempre algo novo.

Nas duas obras notamos o sujeito isolado. No filme, o protagonista Robert Neville (Will Smith) é cercado e isolado na cidade de Nova York, rodeados de outros seres que pelo contato com um vírus sofreram uma mutação que desmanchou todo o aspecto de “Homem” transformando assim em um ser que não pode sair de dia, preferindo a escuridão e se alimentando de sangue...                  


Na obra de Plínio notamos o sujeito isolado, sozinho sem ter a mínima idéia do que houve, mas também sofrendo com certos seres, aqui incorporados nas roupas de todos os humanos. Essas roupas na obra nos mostram certo aspecto de fantasmas. Como tudo evoca vida apenas na mente do protagonista; casas, carros; museus, igrejas é tudo que estou de uma humanidade inteira.


Plínio Salgado adotou nesse romance um tom profético, afirmando que o apocalipse chegará com o desenvolvimento tecnológico e o advento das máquinas, expressões da força urbanística e que não são o mais correto para a defesa nacionalista devido à influência externa existente.
No filme No ano de 2009, uma grande descoberta científica irá mudar o mundo: a cura contra o câncer. O que deveria ser a dádiva do século torna-se um desastre mundial, dizimando 95% da população do planeta.
Será a ciência a causadora do apocalipse? Bom nas duas obras é bem enaltecido essa característica.
O enredo do romance ocorre em meados da década de 1970, na cidade de Ouro Claro, em Minas Gerais, e tem como personagem central o engenheiro Pedro Adamus. Ele aproveita um domingo de sol para fazer manutenção em um dispositivo da mina em que trabalhava e que andava mal toda semana. Seu desejo era voltar para casa rapidamente, pegar seu monomotor e ir à Lagoa Prateada, passar o dia com sua esposa Silvia e seus filhos, Maria e Paulinho. Na mina, Adamus desce todos os pavimentos e chega ao local para realizar seu ofício. Ali todos os convívios humanos pareciam impossíveis, remotas lembranças. Em um dado momento a máquina começa a querer falar com Adamus, que foge daquele desespero: As máquinas, na convivência numerosa dos seres humanos, ainda as mais perfeitas e tão perfeitas que só lhes falta falar [...] Mas a máquina sozinha com um único Ser Humano nas entranhas cadavéricas da terra insensível e fria, assombra e esmaga, num domínio arrasador.
 O fato faz parte de uma experiência ocorrida no oceano glacial ártico, na ilha de Spitzberg, onde um sábio elabora uma emanação super magnética sutil e silenciosa com o objetivo de eliminar todos os seres humanos sem deixar vestígios. No momento da experiência, Adamus estava quilômetro abaixo da terra e não é atingido pela emanação. Ao retornar à superfície, percebe o desaparecimento de todos os seres humanos: pelas ruas e casas, apenas suas roupas e objetos jogados; a cidade está completamente deserta. Adamus inicia uma peregrinação pelo Brasil e depois pelo mundo em busca de uma explicação do sumiço. Na capital, Belo Horizonte, tudo está deserto.
Plínio Salgado coloca Adamus como uma vítima do cosmopolitismo:

“No meio de centenas de máquinas a ocupar vasto espaço Adamus subiu a uma escada e bradou: - Máquinas! Fostes a mais poderosa oligarquia de todos os tempos! Vosso poder terminou. Voltastes a ser escravas e não mais senhores. Máquinas, eu – dono do mundo – sou o único e poderoso senhor a quem deveis obedecer”!

Esse mesmo orgulho é visto no filme quando o Dr. Neville é salvo por uma mulher e um menino. Depois de acordado ele fica furioso por notar que ele não haviam sidos contaminados. Chega ao ponto de não acreditar na própria visão, pois sua única válvula de escape era sua cadela...

Deixo uma fagulha apenas e uma provocação para os amantes da boa literatura (aquela que sempre permanecerá viva a cada leitura mostrando algo novo), que este pequeno ensaio sirva para grandes comparações e novas leituras. E fica a seguinte pergunta:

O que será nossa válvula de escape neste mundo?